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Comecei e acabei no mesmo dia. "O Céu dos Suicidas" tem um estilo muito parecido com "Divórcio" e ambos são muito diferentes de "O Livro dos Mandarins". Gosto dos dois estilos mas acho que "O Livro dos Mandarins" consegue ser mais surpreendente embora, talvez, mais despido de enredo e, por isso, um pouco mais difícil de ler.
Os primeiros entram num estilo confessional, são as memórias de um narrador chamado Ricardo Lísias a viver momentos complicados. Utilizam as repetições, de frases ou temas, para obrigar o leitor a focar-se no essencial e para mostrar as perturbações psicológicas que sofre o protagonista, quase sempre relacionadas com ansiedade, revolta e obsessão. São retratos sombrios mas verosímeis.
"O Céu dos Suicidas" trata da dor de perder um amigo que se enforcou e da necessidade de garantir que terá ido para o céu e deixado, finalmente, de sofrer. Para isso é essencial refutar todos os princípios enraizados da educação católica e de lutar contra quem os defende.
No fundo é um livro sobre luto, solidão, abandono e culpa. Temas difíceis que o discurso muito direto e sem floreados acaba por aligeirar.